Visitas

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Enterrado sem um X

Há momentos na nossa vida,
Que enterramos e escondemos,
Para que nao nos incomodem mais,
E possamos seguir em frente.

Mas a verdade sempre se descobre,
E a nossa consciência sempre nos apanha,
A dor escondida,
A vergonha oculta,
O medo reprimido,
Tudo o que escondemos,
Volta para nos ameaçar.

Mas e se já não nos lembramos?
E se nos escavamos tão fundo,
E escondemos tão bem,
Que até enganamos a nós próprios?

E a nossa consciência nos apanha,
Mas nós nem nos lembramos,
Do crime que somos culpados,
Como encontrar o que enterramos,
Sem uma marca para nos ajudar,
Sem um X para marcar o lugar?

The one that never was

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A short story

Uma criança no mundo,
Aspirando ser alguém na vida,
Sonhos grandiosos de sucesso,
O mundo nas suas mãos.

Agora adulta e crescida,
A realidade cai-lhe em cima,
O mundo que sonhou conquistar,
Virou-se contra ele e derrotou-lo.

Agora idoso e senil,
Viu que nada conseguiu,
Os sonhos que nao cumpriu,
Desapareceram,
E ele quase a esticar o pernil.

Agora de joelhos na lama,
Derrotado pela força da vida,
E pela dor dos seus fracassos,
Espera que o belo sabor da morte venha,
E o leve nos seus braços.

The one that never was

domingo, 14 de fevereiro de 2010

luz na escuridão

Andei perdido na escuridão,
Onde nada me guiava,
Procurava algo que seguir,
Algo para me agarrar,
E orintar na escuridão.

Do nada uma luz apareceu,
Afastando a minha escuridão,
Aí o caminho tornou-se claro,
Tão claro como o céu azul,
Tão claro como o rio da montanha.

Apreciando luz envolvendo-me,
Relaxei por um momento,
Esquecendo os tempos obscuros,
E lembrando-me da claridade presente.

Voltando a realidade percebi,
A luz que foi a minha força,
A luz que me fez tão bem,
Desapareceu num único instante.

Seguidamente a escuridão voltou,
Aquilo que eu lutei tanto para afastar,
Retornada com toda a sua potência,
Levando-me os joelhos ao chão,
Tirando toda a força que eu reunira,
Deixando-me sem mais nada senão eu próprio.

Mas continuarei a deambular na escuridão,
Confiante em cada passo que dê,
Seguro de todas as decisões que faça,
Pois agora sei que:
"Não importa o quão profunda a escuridão seja,
Uma luz brilhará sempre por dentro"

The one that never was

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Tudo por nada

O desejo de qualquer um,
É deixar a sua marca no mundo,
Algo que perdure e diga:
"Eu estive aqui".

Marcando as pessoas que conhecemos,
Ou alterando o mundo em que estamos,
Tentamos que algo de nos fique para trás,
E afirme a nossa existência.

Para este fim fazemos de tudo,
Seja ajudando os outros,
Ou usar-los para o nosso beneficio,
Tudo vale para que o objectivo,
Seja, no final, cumprido.

Mas por mais que nos esforcemos,
Por mais força que a nossa marca tenha,
Por mais mudanças que nos tenhamos feito,
O mundo vai-se esquecendo de nós.

Com o tempo tudo desaparece,
A pedra corroi e parte,
A terra muda e altera-se,
Espécies morrem e perdem-se,
Até civilizações são impotentes,
Perante o poder devorador do tempo.

Portanto apesar de nós,
Seres de vontade e força,
Dar-mos tudo o que temos,
Sacrificar-mos tudo o que conseguirmos,
Oferecer tudo o que é preciso,
Apesar de tudo o que fazemos,
Esse esforço todo,
Nao cumpre o nosso objectivo tão desejado.

Todo o esforço,
De uma vida inteira,
Resumido a nada.

The one that never was

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Significado das palavras

Usamo-las todos os dias,
Do acordar para saudar o novo dia,
Ate anoitecer para recuperar,
E aguentarmos o proximo dia.

Com alguem que nos é especial,
Fazemos promessas de amor,
Asseguramos os nossos sentimentos,
Proferindo palavras que cumpram esses objectivos.

Mas com um simples acto,
Essas promessas sao quebradas,
Os nossos sentimentos,
Nada mais que mentiras,
Golpes na confiança do outro.

Portanto qual o valor das palavras?
Quando um unico acto,
Corroi mil e uma palavras,
Promessas e juramentos,
Desfeitos por um unico acto?

Nao quero mais promessas,
Nao aguento mais juras,
Nao posso com mais traicção.
Desejo provas de confiança,
Firmes e resistentes.

Mas como poderei ter isso,
Quando tudo o que fazem,
É assegurar a nossa confiança,
Com mais palavras?

Portanto nao façam mais promessas,
Mostrem atraves das vossas acções,
O vosso valor e convicçoes,
Já que as acções valem mais do que palavras.

The one that never was

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Encontros

Num momento como tantos outros,
Em todos os aspectos iguais,
Todos com excepção de um,
A tua presença nesse momento.

Um primeiro encontro,
Um simples trocar de olhares,
Uma apresentação de amigos,
Que pode levar a tanto mais.

De desconhecidos a amigos,
De estranhos a amantes,
De colegas a parceiros eternos,
Ate que a morte nos separe.

Como seria a minha vida sem esses momentos?
Onde conhecemos as pessoas importantes,
Por mera chance do destino,
E que poderiamos nem as ter visto,
Se algo tivesse sido diferente?

Portanto estou grato,
Por todos esses pequenos momentos,
Que podem levar a grandes memórias,
E que preenchem grande parte da vida.

The one that never was